Muito do que nos é aconselhado a fazer como pais é para que os nossos
filhos se sintam bem consigo mesmos. Este conselho tem raízes no
movimento da autoestima, que alegou que o sucesso na vida de uma criança
está baseado na possibilidade de sentir-se boa ou não. Embora o
movimento da autoestima moderna tenha começado na década de 1950 e 1960,
essa não era uma mentira original. Ela tem estado por aí há milhares de
anos. É a mesma fraude em que Eva acreditou no início. Hum, ela pensou; esta fruta parece ser boa e me fará bem. Eu acho que nós a comeremos no jantar de hoje à noite.
Desde a queda da raça humana, estamos alternadamente nos dizendo que
somos bons, que se nos esforçarmos bastante seremos bons o suficiente,
ou que ser bom é uma impossibilidade, por isso, devemos simplesmente
desistir e nos divertir. Afinal de contas, ninguém é perfeito!
À luz de tudo isso, o que nós, pais, devemos fazer? Se você crê na
Bíblia, temos a certeza de que você percebe que nem nós nem nossos
filhos são verdadeiramente bons. "Boa menina!", "Bom trabalho!", "Você é
uma linda princesa!" - esses são os refrãos incessantes quando os pais
procuram criar a sua própria versão de filhos bons e de sucesso. Mas,
quando todos os outros pais no grupo passam o dia dizendo à pequena
Rebeca o quão boa ela é, como os pais cristãos devem responder? Ao invés
de dizer à Rebeca que ela é uma boa menina, poderíamos dizer, "Eu notei
que você compartilhou o brinquedo hoje. Sabe o que isso me lembra? Como
Cristo compartilhou sua vida conosco. Eu sou muito grato pelo trabalho
de Deus em sua vida dessa maneira. Sei que nenhum de nós jamais faria
qualquer coisa amável se Deus não estivesse nos ajudando. Estou muito
grato".
Caso você esteja se perguntando se a Bíblia dá um exemplo deste tipo de
incentivo, aqui está o relato de Lucas a respeito do que aconteceu
quando Barnabé viu a graça de Deus trabalhando no povo de Antioquia: "E
enviaram Barnabé até Antioquia. Tendo ele chegado e, vendo a graça de
Deus, alegrou-se o exortava a todos a que, com firmeza de coração,
permanecessem no Senhor" (At 11:22-23). Barnabé viu a graça de Deus
trabalhando na vida das pessoas, por isso exortou-as
a permanecerem fiéis. Nós também podemos ver a graça de Deus agindo em
nosso filhos e podemos exortá-los a permanecerem fiéis.
Digamos que a Rebeca tenha o hábito de ser egoísta, então, antes de a
mamãe levá-la para brincar com o seu coleguinha, elas gastam algum tempo
orando juntas. A mãe poderia simplesmente agradecer a Deus por
compartilhar tantas coisas boas - tais como amigos, luz do sol, momentos
para brincar - com a Rebeca e, em seguida, pedir a Deus para ajudá-la a
lembrar-se de sua generosidade quando os outros quiserem o que ela está
usando. Então, se a mãe percebe a sua generosidade, ela pode dizer:
"Rebeca, você está compartilhando! Não é maravilhoso ver como Deus
respondeu a nossa oração? Viu, Rebeca, mesmo que todos nós odiemos
compartilhar, Deus é mais poderoso do que o nosso egoísmo. Ele não é
bom?"
Por não sabermos se a Rebeca é regenerada, nós não a agradeceremos por
obedecer à lei de Deus. Se ela não for salva, ela não tem o Espírito
Santo em si e não pode escolher responder a Deus ou o obedecer à sua lei
de coração. O único encorajamento que sempre podemos dar aos nossos
filhos (e uns aos outros) é que Deus é mais poderoso do que o nosso
pecado, e ele é forte o suficiente para nos fazer querer realizar a
coisa certa. Nós podemos assegurar-lhes que a ajuda de Deus pode
alcançar todos, até mesmo eles. Nosso encorajamento deveria sempre
estimular o louvor à graça de Deus em vez de a nossa bondade.
Por outro lado, se persistirmos na busca de construir a autoestima dos
nosso filhos elogiando-os, nós os faremos à nossa própria imagem,
meninos e meninas que idolatram a bênção, adultos escravizados à
opinião dos outros, e pais que passam a mentira para a próxima geração -
ainda que ela não tenha funcionado para torná-los bons também. Como
nós, nossos filhos anseiam a bênção bem-aventurada: "Você é bom!" Mas a
Bíblia diz que, porque não somos bons, essas palavras não se aplicam
mais a nós. Nós não somos bons. Veja como a Bíblia descreve a nossa
situação: "Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na
terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração" (Gn 6:5).
Ansiamos por ouvir: "Você é bom", mas apenas Jesus Cristo e os
revestidos de sua bondade merecem ouvir isso. E se realmente abraçarmos
essa verdade, a forma de criarmos nossos filhos será transformada de
engano desejoso à graça poderosa. Isso fará com que a nossa criação de
filhos seja cristã. Nossos filhos não são naturalmente bons, e não
deveríamos lhes dizer que eles são. Mas ele são amados e, se eles
realmente acreditarem nisso, o amor de Deus os transformará.
Por Elyse Fitzpatrick e Jessica Thompson
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Fonte: Pais Fracos, Deus forte - Criando filhos na graça de Deus, Ed. FIEL, págs. 60-63.
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